Viver Contigo
Quando a minha mãe fez 50 anos ofereci-o de presente juntamente com um cesto de 50 rosas vermelhas (eu já tinha dito que era uma romântica incurável), com uma boa formatação e umas fotografias à mistura ficou realmente bonito e depois de encadernado revela-se um verdadeiro mimo.
O título com que o baptizei foi "Viver Contigo". Posso-vos confessar que andei uns dias à procura do título ideal mas por mais banal que soe este meu "Viver Contigo", é de facto o mais sincero e o que resume toda a descrição que apresento, palavra a palavra.
Deixo-vos com a espécie de introdução que fiz...
Este livro surge como um refúgio. Uma espécie de hobby terapêutico. Nas horas em que mais a saudade aperta fui escrevendo as memórias que tenho tuas. Todos os momentos que passámos juntos e que agora, infelizmente, só podem ser recordados. E que dor que isso me causa, que sentimento de desconforto e revolta não te puder ter aqui ao meu lado a ver-me crescer e, eu, a acompanhar a tua velhice. Que vazio que sinto e que grande é a minha mágoa. O aperto é cada vez mais amargo no meu peito, apesar dos anos conseguirem, de certa forma, camuflar esta minha dor crónica. Ninguém devia fechar os olhos com 56 anos e ninguém merece perder um pai com 14 ou um marido com 43…
Com o passar dos anos, todas as recordações vão perdendo força, ficando cada vez mais enubladas na minha mente. E é por não querer que a minha memória me traia, é por não querer, absolutamente, perder mais nada que me ligue a ti, que escrevo estas pequenas histórias como forma de manter as tuas recordações vivas e acessíveis ao toque, onde possa derramar uma lágrima mas, também rir.
A leitura sempre me transportou para um mundo onde não existem fronteiras e, ao ler o que escrevi, posso imaginar que te estou a tocar e que recebo, simultaneamente, uma festa na cabeça ou até mesmo sentir o cheiro do teu corpo, construir uma imagem mental da tua figura e, principalmente, ver-te em acção. Tornei-te a personagem principal das nossas histórias, das nossas vidas, o que aliás sempre acabaste por ser. Não tenho receio em idolatrar-te porque sei o bom homem que eras e o grande pai que foste. Tu merecê-lo. Agradeço-te tudo o que fizeste por mim e pela mãe, que não foi pouco. Viver contigo era um privilégio, uma bênção. Estas páginas são, incontestavelmente, uma homenagem que, desta forma, se torna imortal e que te presto a ti, pai, minha grande paixão. Amo-te, amo-te, amo-te...
Admiro-te tanto por teres posto estas palavras em livro e o teres oferecido à tua mãe! Sabes que sim..
beijinho grande amor*
muitos parabéns!
escrever um livro é um grande feito.
um beijo
Tao bonito. :) Com uma escrita assim bonita, deve ser um livro maravilhoso.
foi um acto muito bonito e corajoso, pq escrever um livro n deve ser facil. beijinho, obrigada pela visita :)
não pude deixar de me emocionar um bocadinho...foi um acto lindissimo da tua parte, nem quero imaginar o que a tua mae há-de ter sentido. por outro lado, quem me dera um dia recordar o meu pai com o mesmo amor com que recordas o teu...mas as relaçoes sao complicadas, infelizmente.
pelo menos tens as memórias. Boas.
um beijo