Amor Como o Meu, Não Terás Mais Nenhum!

Onde está o brilho do teu olhar?

Onde está o abraço que prometeste dar?

Onde estão as palavras para acarinhar?

Onde está o "tu" que um dia me fez sonhar?

Já não te encontro modesto

Já te condeno as atitudes

Ainda te coloquei num cesto

Ainda te disse: "Nunca Mudes!"

Como é tão fácil prometer a amizade

Como foi díficil cumprires a promessa

Nada que digas me soa a verdade

Nada me faz querer uma nova remessa.

Desculpa se me demorei a resolver

Desculpa se ainda não te sou indiferente

Desculpa, eu não queria crer

Desculpa se só és tu quem te mente.

Para quê ainda escrever?

Para quê ainda falar?

Sou livre de dizer

Sou livre de me conquistar.

Escolho as palavras certas

Em que te revês e te revêem

O que o coração não sente

Os olhos não vêem.

São as farpas de verdade

Que te cravam o peito

Denuncio a tua maldade

Eu? Mereço respeito!

Queres brincar com o lume

Um dia vais ver que te aleijas

Mas não hoje! Estás no cume!

Amanhã, já não me beijas.

Tudo volta para mostrar

Que o meu caminho foi duro

Quando de ti deixar de gostar

Serás tu a esbarrar no muro.

Canta bem alto mas sem forçar

Salta longe para lá tentares chegar

Quem hoje se ri, amanhã está a chorar

E, agora, sou eu quem quer mudar.

Todos pensam que não sei

Que a minha burrice é existencial

Não me arrependo do quanto me dei

Mas sei bem o que hoje é primordial.

Não digo que cresci da boca para fora

Não sou de mandar as palavras pelo vento

Sinto que ficararei bem e sem demora

Só conseguirei ir longe com o lento.

Recorda-te só do que te dei

O que eras quando fomos um

Não volta, mil vezes te lembrarei

Amor como o meu, não terás mais nenhum!

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